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"Somos formados e moldados pelos nossos pensamentos. Aqueles cujas mentes são construídas sobre pensamentos altruístas espalham alegria através de suas palavras e ações. A alegria os segue como uma sombra e nunca os abandona.” (Buda)

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Livraria em Lisboa é a mais antiga do mundo, desde 1732

A livraria Bertrand do Chiado, em Lisboa, está de portas abertas desde 1732 e é o estabelecimento livreiro mais antigo em todo o Mundo. Ao longo dos anos, a livraria Bertrand tem sido retiro de escritores e refúgio de revolucionários. As histórias são muitas, nomeadamente as que envolvem conspiradores republicanos. José Fontana (que se suicidou no interior da loja), Antero de Quental e Aquilino Ribeiro são alguns dos “fantasmas” cujas sombras permanecem vivas no interior da Bertrand.

Hoje, Bertrand é também a maior rede de livrarias em Portugal, com 53 lojas. No evento de premiação ocorrido na última quarta-feira (20), Paulo Oliveira, administrador do Grupo Bertrand Círculo, proprietário do espaço, disse que a loja do Chiado irá continuar como livraria “por mais 300 anos”, já que “representa um património cultural inalienável”.

23 de Abril, Dia Mundial do Livro

Faz sentido que o Dia Internacional do Livro seja comemorado neste sábado, dia 23, pelo mundo afora. A data, estabelecida em caráter definitivo pela Unesco em 1996, homenageia dois gigantes máximos da literatura ocidental. O 23 de abril seria, por uma lenda repetida universalmente, o dia em que morreram, no mesmo ano, o espanhol Miguel de Cervantes (1547 – 1616), o inventor do romance moderno com Dom Quixote, e o inglês William Shakespeare (1564 – 1616), o inventor do humano, como o chama Harold Bloom.


Trata-se de uma das mais instigantes mitologias do universo literário, uma lenda que dota o terreno profano da literatura de uma data mágica ao estilo das Vidas de Santos (que antes eram muito mais comuns em livro). Dois dos pilares da literatura mundial viveram de fato na mesma época, mas a predestinação histórica que os teria feito partir ao mesmo tempo é ficção.


Para começar, da biografia de Shakespeare, autor de obras onipresentes em praticamente todo o mundo, sabe-se muito pouco. Embora tenha deixado quase 1 milhão de palavras de texto, apenas 14 delas são comprovadamente de seu próprio punho: o nome assinado seis vezes e as palavras “por mim” em seu testamento, como conta um de seus biógrafos, Bill Bryson, em Shakespeare: a Vida É um Palco. Há pouca informação mesmo sobre o dia de seu falecimento – têm-se registros de seus funerais, mas não a data exata do óbito.


Mesmo que tenha sido 23 de abril a data da morte de Shakespeare, não teria sido no mesmo 23 de abril de Cervantes pelo simples motivo de que, na época, a Espanha, onde Cervantes vivia, havia adotado, como bom país católico, o calendário imposto pelo papa Gregório em 1582. E Shakespeare vivia na Inglaterra protestante, frequentemente hostilizada pelo reino espanhol a serviço do Vaticano, e que ainda marcava o tempo pelo Calendário Juliano. A Inglaterra só adotaria o Calendário Gregoriano em 1751. Shakespeare, portanto, teria morrido no dia 3 de maio – 10 dias após o espanhol.


Mas quem vai dizer que a história não é boa? Sendo assim, para que insistir tanto na picuinha das datas? Para lembrar, talvez, que a literatura é em última instância uma construção paradoxalmente individual (na mente e no coração de cada leitor) e coletiva (na transmissão de leituras e cânones, de intepretações e até mesmo mitologias literárias com as quais os leitores se comprazem).


E que todo dia pode ser um bom Dia do Livro, como mostra o vídeo que a reportagem de Zero Hora fez com leitores que foi encontrando pelas ruas de Porto Alegre.


Fonte: Jornal Zero Hora